terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Viva o TCC

por Marcelo Nakagawa

Consultor e professor de empreendedorismo e inovação

Brasil Econômico - 24/01/12

 

Não há como escapar. Alguns têm medo. Outros ignoram até o último momento. Mas os melhores entram cedo no TCC. Se você já passou pelo curso de graduação e até mesmo pela pós-graduação, vai se lembrar dos seus dilemas com o seu trabalho de conclusão de curso. Mas o que aconteceu com o seu TCC?

 

Bom, poucos ganham prêmios. Parabéns! Outros ajudam a resolver algum problema específico. Ótimo! Mas alguns foram mais longe. Pense, por exemplo, em um desafio que já se tornou trivial: fazer uma pesquisa na internet para comprar um tênis e recebê-lo em casa.

 

Vamos pensar em um TCC sobre a entrega em casa. Imagine um chefe chinês muito bravo, cruzando a linha de produção da fábrica aos berros (em chinês), que entra gritando (em chinês) na sala de outro chinês, que quase se esconde atrás da sua mesa.

 

Trêmulo, este outro chinês só balbucia: f...f...f...eress. O chinês bravo se acalma, balança afirmativamente e sai tranquilo da sala. Mesmo que não saiba nada de chinês, entenderia este comercial.

 

Em 1965, Fred Smith tinha só 21 anos quando escreveu sua monografia. Uniu suas paixões pela aviação e automação e propôs um negócio de entregas expressas fortemente baseado em logística aérea e automação de processos.

 

Seu professor não gostou muito da ideia, alegando que o negócio atuaria em um setor saturado e já consolidado e Smith passou raspando com uma nota C. Poucos anos depois, insistiu no seu projeto e fundou a Fedex.

 

Agora o TCC do tênis. Imagine uma mulher praticando corrida em uma estrada qualquer e uma voz inspiradora narrando: "você não precisa ficar na frente do espelho antes da corrida, pensando no que a estrada achará de você.

 

"Não precisa ouvir suas piadas e fingir que são engraçadas. Não precisa se sentir atraente para correr mais. A estrada não repara se você está de batom. E nem se preocupa com a sua idade.

 

"Você não precisa se sentir desconfortável só porque ganha mais dinheiro do que ela. E poderá visitar a estrada sempre que quiser. Mesmo que seja após um dia ou algumas horas desde o seu último encontro. A única coisa que a estrada quer é que você a visite de vez em quando".

 

Se você sabe do que as mulheres gostam, já tem em mente o nome da empresa deste comercial, que remete a deusa grega da vitória. Mas em 1962, Phil Knight não pensava nisso.

 

Ele só se preocupava com o TCC para finalizar seu MBA na Universidade de Stanford. Tinha 24 anos e era apaixonado por esportes, assim, teve a ideia de escrever sobre a criação de um negócio de calçados esportivos. Dois anos depois, co-fundou a empresa que se tornaria a Nike.

 

E, por fim, tem o TCC sobre a pesquisa na internet. Neste caso, você digita comprar tênis, clica em "estou com sorte" e pronto. Mas em 1995, Larry Page não queria comprar um tênis.

 

Estava com 22 anos e um grande problema: não tinha uma questão de pesquisa para sua tese de doutorado em Ciências da Computação na Universidade de Stanford. Pensou em estudar as propriedades matemáticas da web, entendendo a estrutura de links como um grande gráfico de relações e seu orientador, Terry Winograd rapidamente o apoiou nisso. Três anos depois, Page co-fundava o Google.

 

Visto desta forma, o TCC é a melhor oportunidade que você tem para construir o seu futuro ainda na faculdade. Viva o TCC e dê vida a ele!

 

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http://www.brasileconomico.com.br/noticias/viva-o-tcc_112131.html

Dica: Site Prática da Pesquisa

 

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Relação de Normas Brasileiras (ABNT)

Relação de Normas Brasileiras (ABNT) para Projetos, Artigos, Relatórios e Trabalhos Acadêmicos
No site Prática da Pesquisa. Clique aqui você encontra uma tabela com o registro das principais normas brasileiras relacionadas à apresentação de artigo, projeto, relatório técnico científico e trabalho acadêmico. Na destaca a norma, a data da versão atualmente vigente, a data das versões anteriores, o título e a descrição do conteúdo.

Os links levam ao catálogo on-line da ABNT de cada norma, respectivamente.


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O que motiva os cientistas?

As descobertas científicas, em menor ou maior grau, são possíveis graças a uma intrigante condição humana que os pesquisadores têm de sobra: a curiosidade. O NewScientist afirmou que muito já foi pesquisado sobre os objetos de estudo da ciência, mas pouco sobre o estímulo que move os experimentos. Esta é a chamada "psicologia da ciência": um campo que se dedica a descobrir porque os cientistas querem sempre saber mais.

Um psicólogo americano, Greg Feist, desenvolveu um estudo comportamental. Esta análise não se aplica, conforme conta ele, apenas a cientistas. O conceito vale para todos aqueles que pensam no mundo cientificamente, ou seja, como um conjunto de condições que podem ser observadas e examinadas. Isso está embutido na personalidade humana, de acordo com Feist.

O americano explica que os seres humanos são compostos de duas condições básicas: seu próprio perfil psicológico e a influência do meio em que vivem. No quesito da personalidade, ele defende que realmente existem algumas mentes mais abertas que outras, mais dispostas a receber ideias novas. Isso não se relaciona necessariamente a nível cultural ou inteligência, é uma característica separada.

A respeito da influência, Feist explica que alguns grupos sociais podem estimular sua busca por respostas de maneira mais intensa que outros. Ele cita o exemplo da doutrina judaica: um dos princípios básicos do judaísmo afirma que não existe uma verdade absoluta, ninguém a detém. Dessa forma, todos devem buscar chegar o mais próximo dela através do debate, e não aceitar conceitos prontos. Isso explica, segundo ele, que 30% dos vencedores de Prêmio Nobel na história foram judeus.

Dessa maneira, é possível determinar psicologicamente quão interessada em descobertas uma pessoa é. Isso é importante principalmente na educação, conforme explica Feist, para identificar crianças com potencial investigativo, dentro das escolas. Muitos futuros cientistas brilhantes foram perdidos, segundo o psicólogo, devido à falta de estímulo na primeira infância.

 

Fonte: Aqui, via Blog Contabilidade Financeira

 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Ciência Honesta

Por César Tibúrcio


Andrew, em Suggested resolution of the Bem paradox, discute a questão da proliferação de pesquisas de baixa qualidade na ciência moderna. Isto inclui plágio, mas também manipulação de dados e citações. Talvez este problema não seja somente da ciência moderna, mas sempre existiu. A questão é que isto possui uma série de consequências: perda de tempo e dinheiro para quem tenta replicar os achados, desgaste com a divulgação dos problemas, atraso no progresso científico, etc. Este é um problema sério que talvez não seja possível ter uma solução única.

Baseado em Andrew e na minha experiência como professor e pesquisador, algumas sugestões são necessárias:

a) Colocar a disposição do leitor (e do avaliador do artigo) os dados primários das pesquisas. Isto ajudaria a inibir a invenção de informações e permitiria verificar a existência de erros de cálculos;

b) Mudar o sistema de mensuração dos programas de pesquisa e ensino de pós-graduação. O sistema de incentivo existente hoje premia o pesquisador pela quantidade, não pela qualidade;

c) Ser rigoroso com quem comete este tipo de erro. Isto deve ser feito para todos os estágios do processo de pesquisa e ensino. Um aluno que escreve um artigo com plágio deve ser reprovado; um artigo publicado num periódico e que posteriormente constatou a existência de plágio, deve ser retirado de circulação; um artigo submetido num periódico para publicação onde se constatou plágio, deve ser divulgado para os pares tal fato para impedir que o mesmo seja publicado num periódico desavisado;

d) Incentivar o uso de métodos mais relevantes de análise, para evitar a existência de fatos como correlações espúrias. Andrew sugere o uso de multilevel modeling .

e) Incentivar o uso de working paper

f) Mais importante: vivemos país onde a desonestidade não é punida (incentivada?) e a “esperteza” é valorizada, em grandes e pequenas situações (furar uma fila, ultrapassar pelo acostamento, usar energia sem pagar e muitos outros exemplos). Nunca conseguiremos fazer uma ciência “honesta” num ambiente destes.

Figura, aqui

Fonte: Blog Contabilidade Financeira