domingo, 16 de setembro de 2012

Trabalho de Conclusão de Curso - TCC

Por Isabel Sales


Hoje uma postagem básica para os alunos de graduação que irão escrever o trabalho de conclusão de curso. Temos outras postagens no blog que tratam melhor cada ponto descrito aqui.


Vou utilizar como exemplo o artigo “O Tratamento dos Ativos Não Operacionais na Avaliação de Empresas: Teoria e Prática” de Luciana Miyuki Ikuno, Isabel Cristina Henriques Sales e César Augusto Tibúrcio Silva, publicado em 2011 no volume 6 da revista “Perspectivas Contemporâneas”.



- O seu trabalho, basicamente, terá uma “espinha de seções” assim:

1. Introdução
2. Referencial Teórico
3. Proceder Metodológico
4. Resultados e Análises
5. Considerações Finais

Você pode criar subseções de acordo com o seu estilo (desde que não seja apenas uma, por exemplo, a 2.1 sem haver uma 2.2).

Na “Introdução” você irá contextualizar a sua pesquisa, escrever o objetivo do trabalho, o problema de pesquisa e a justificativa. No “Referencial Teórico” você deve aprofundar o assunto que está sendo pesquisado. No “Proceder Metodológico” você escreverá o desenho do seu trabalho, como ele foi desenvolvido, quais foram as fases, a amostra, o espaço temporal, os outliers... Você deve escrever para me permitir entender cada passo da sua pesquisa de forma que eu possa reproduzi-la. Nos “Resultados e Análises” você irá apresentar os resultados da sua pesquisa e interpretá-los. Não adianta, por exemplo, colocar uma tabela e não fazer inferências do que está sendo apresentado. Se esforce! Nas considerações finais você vai concluir a sua pesquisa e sugerir novos trabalhos que podem ser desenvolvidos com base no seu. Não se empolgue na tentativa de valorizar a sua pesquisa e escreva na conclusão assuntos que não foram tratados no seu trabalho.

Mais ainda, saibam que o que vocês escrevem tem que ser acompanhado das devidas referências. Não é como na escola, quando a professora te pedia para escrever um trabalho sobre, digamos, rinocerontes, e você saia copiando enciclopédias, livros, redigindo um texto sem autores no corpo do trabalho, mas, no momento de listar as referências bibliográficas, saia escrevendo o nome de várias fontes distintas para mostrar que utilizou diversos materiais. Não, não é mais assim.

- Você só cita no referencial o que citou no corpo do trabalho. Isso implica que: para citar nas referências, você deve ter citado a fonte na pesquisa.

Por exemplo:
De acordo com Hitchner (2003), ativos não operacionais são aqueles ativos que não são necessários para as operações em andamento da empresa. Entre os principais ativos que podem ser considerados como não operacionais estão o caixa e equivalentes de caixa; investimentos em ações e títulos de outras empresas; investimentos em outras entidades e; ativos que não geram fluxos de caixa, mas que podem conter valores significativos (DAMODARAN, 2005).
 
Note que escrevemos citando, de forma indireta, dois autores. Nas referências deverão constar os dois trabalhos (em ordem alfabética), assim:

DAMODARAN, Aswath. Dealing with cash, cross holdings and other non-operating assets: approaches and implications. Social Science Research Network, set. 2005. Disponível em: . Acesso em: 25 maio 2011.

HITCHNER, James R. Financial valuation: Applications and Models. Nova York: John Wiley & Sons, 2003.
Para se sentir mais seguro, antes de escrever leia alguns artigos (procure no Scholar Google, por exemplo), converse com o seu orientador e com o professor de metodologia científica. Sua graduação está quase acabando e não deve ser encerrada com descaso. Além de absorver tudo o que te foi transmitido durante as aulas, é importante que você se esforce em deixar alguma retribuição científica.

Repito que: temos outras postagens no blog que tratam melhor cada ponto descrito aqui.
Dentre outros, consulte:

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O que não te ensinaram na pós-graduação - III

Sempre repito a afirmação também destacada no livro de Richlin e Upham (What They Didn’t Teach You in Graduate School – sem edição em português):

Um professor tem a oportunidade de impactar positivamente a vida e carreira de seus estudantes.

Então, continuando com a série de postagens sobre o que não é ensinado na pós-graduação, hoje falaremos sobre PROFESSORES.

- Ensinar é uma grande satisfação pessoal e um bem público importante desempenhado por você;

- Ensinar é uma arte a ser aprendida. Assim segue uma curva de aprendizado. Seu primeiro esforço não será tão bom quanto o seu primeiro, nem o seu segundo quanto o seu terceiro. Entretanto, há um limite de melhoria. Em outras palavras, sua avaliação como docente alcançará um pico e a partir dali se manterá constante. Eventualmente você irá se entediar com o curso e suas notas irão cair. Não se desespere. É um fenômeno natural. Frequentemente é um resultado da idade; professores acima de 40 anos se identificam cada vez menos com alunos calouros de 18 anos – especialmente se não têm filhos. Notas em declínio significam que é hora de você lecionar outra matéria para estudantes de outro nível

- Encontrar a sua turma é prioridade.. Não cancele aulas porque é inconveniente pra você. Se você souber antecipadamente que estará em um congresso, por exemplo, peça que um colega te substitua – mas não exagere.

- Aulas a distância são uma benção. Aulas a distância são uma ameaça. Uma benção porque você pode alcançar os seus alunos que outrora não teriam a oportunidade de aprender com você ou saborear as belezas da sua área. É uma ameaça porque um possível cenário é que universidades e faculdades aprendam que é mais barato comprar uma infraestrutura para ensino a distância que construir novos prédios ou contratar novos professores. Com o ensino a distância você pode ensinar (ou distrair) centenas simultaneamente e não apenas 10 ou 30 alunos em sua classe. Ainda, se você não é um superprofessor em vídeo ou na internet, não haverá um mercado para você mesmo que você seja um ótimo pesquisador.

- O índice de morte de tios e avós de alunos é um fenômeno, além de qualquer mensuração atuarial. E há distorção perto de período de provas. Uma morte na família é a desculpa padrão para perder aulas e avaliações. Embora alguns alunos sejam impressionantemente inventivos ao tramar história, a maioria não é. Ao se deparar com tal desculpa, tenha em mente que o aluno pode estar te enrolando.

- Acredite ou não (!!!), colar é comum em algumas instituições. Ao preparar testes, elabore mais de um modelo. Você pode embaralhar a ordem das questões ou a ordem das respostas. Dizem por aí que um professor pedia para a turma inteira virar as cadeiras ao contrário antes de receber a prova. Apesar de ser mais fácil o professor simplesmente se levantar e ficar no fim da sala, há um quesito psicológico bem interessante.- Ensinar pode ser uma profissão perigosa. Não é frequente, mas um aluno pode ir até a sua sala ou prédio e atirar em todo mundo ou causar danos físicos. Os casos são suficientemente raros, mas lembre-se que, como professor, você é uma figura pública. As suas ações afetam pessoas reais. Os estudantes estão sujeitos aos mesmos distúrbios mentais que a sociedade como um todo. Se você já identificou alunos-problema, tome os devidos cuidados. Evite caminhar sozinho (para o carro ou para a sua sala) após lecionar, por exemplo.

O que não te ensinaram na pós-graduação - II
O que não te ensinaram na pós-graduação - I

Fonte: Isabel Sales, Blog Contabilidade Financeira



O que não te ensinaram na pós-graduação - II

Esta postagem, continuação da anterior, é indicada especialmente a quem pretende ganhar a vida como professor universitário.

- Evite trabalhar na faculdade em que estudou, não importa o tamanho da sua lealdade. Você sempre será visto como um aluno pelos membros mais antigos e será tratado como tal. É diferente, entretanto, se você retorna após alguns anos trabalhando em outra instituição.

- A regra de oferta e demanda se aplica ao mundo acadêmico tanto quanto a outros campos. Você está jogando com o futuro no mercado de trabalho, assim como um ocorre no mercado de capitais, quando escolhe uma área para o seu doutorado. Já que leva de quatro a sete anos [quando mestrado + doutorado] para alcançar o grau, você faz suposições de que seus serviços serão necessários daqui a vários anos. Podem ser – mas, também, podem não ser. Quando uma nova especialização se abre, é um momento empolgante. Várias pessoas migram de campos adjacentes. Há a formação de departamentos ou de áreas de concentração e inicia-se o treinamento de doutores naquela área. Há pouca oferta de quem entenda do assunto, então altos salários são oferecidos. Todavia, o que usualmente acontece é que dentro de um espaço temporal relativamente curto, o mercado do doutorado e, consequentemente, o de trabalho, torna-se saturado. Mais ainda, outras especialidades emergem e a universidade corta a moda passageira. A implicação clara para os estudantes é que áreas com excesso de oferta de candidatos se torna mais difícil de conseguir tanto um emprego inicial quanto de professor titular.

- As universidades têm suas próprias culturas e em grandes instituições, faculdades e departamentos com culturas diferentes. Tente descobrir qual é o clima no local onde decidir trabalhar. Se você está iniciando a carreira, um ambiente hostil será demasiadamente estressante. Procure por departamentos nos quais haja tranquilidade e bom convívio interpessoal.

- Avalie um pós-doutorado com cuidado, especialmente se você for das ciências. Você deve pensar em um pós-doutorado em termos econômicos frios e exigentes. (Consideramos apropriado se você: está em um campo no qual empregos em boas áreas estão escassos e você ainda não conseguiu a sua vaga; se você sente a necessidade de adquirir ferramentas de pesquisa específicas de forma a desenvolver o seu trabalho além do doutorado; se você pretende trabalhar com uma personalidade específica que acrescentará ao seu autodesenvolvimento). Um pós-doutorado não é apropriado se você tem medo de lecionar ou falar em público (você está apenas adiando o inevitável). Também não é apropriado se você viveu quase sem dinheiro por anos e/ou precisa sustentar a sua família.

- Se você quer ainda um desafio maior, mude a sua ocupação ou se mude a cada sete anos. Isso irá alargar a sua perspectiva e seu ponto de vista (um pouco disso vem do efeito Hawthorne*, as pessoas prestarão atenção em você por ser novo. Nos primeiros anos em uma instituição ou departamento você terá a aura de um perito externo. Com o tempo você passa a ser mais um na multidão) e alterar áreas permite que você mude de uma linha de pesquisa madura para uma mais nova e dinâmica (A graça está aí. Mas tenha cuidado, pois uma nova ocupação requer novas ferramentas).

- Quando considerar uma instituição para trabalhar, questione sobre o plano de aposentadoria – mesmo que no momento você sinta que é muito cedo para se preocupar com o assunto.

- Dependendo da universidade, questione sobre vagas no estacionamento. Caso você não tenha direito e as vagas forem pagas, isso pode afetar as suas finanças de forma substancial.

- Lembre-se que salário líquido é diferente de salário bruto. Ao escolher uma instituição lembre-se de considerar: custo de vida; custo de moradia; qualidade das escolas para seus filhos (atuais ou futuros); empregabilidade para o seu parceiro.

- Ao longo do caminho você poderá perceber que não se identifica com a docência ou talvez não consiga um emprego no lugar em que gostaria. Ao tentar lecionar Albert Einstein foi inicialmente recusado e duramente criticado – o que fez com que fosse trabalhar no escritório suíço de patentes. Não tendo que se preocupar com a pressão de encontrar seus alunos ou com a opressão de trabalhos de pesquisa, pode se ocupar em pensar, surgindo com a Teoria da Relatividade, dentre outras. A partir daí foi convidado a ser professor. O ponto é que inovação e criatividade podem ser alcançadas fora de uma carreira acadêmica assim como dentro. Chegar ao título de doutor é um ponto de descontinuidade na sua vida, quando vários caminhos alternativos se abrem para você. O caminho para professor titular é um deles. Afinal, a vida é o que você faz dela, não é mesmo?

*O Efeito Hawthorne se refere a um estudo realizado em fábricas entre 1924 e 1932 que avaliou a produtividade dos trabalhadores quando uma alteração era realizada. A interpretação dos resultados mudou ao longo dos anos. Hoje considera-se que o Efeito Hawthorne significa que prestar atenção nas pessoas muda o comportamento delas, indiferentemente da mudança. O efeito foi nomeado em homenagem a agora extinta fábrica Hawthorne da empresa Wester Eletric localizada em Cícero, Illinois (Para mais leia sobre o Efeito Hawthorne em http://en.wikipedia.org/wiki/Hawthorne_effect).


O que não te ensinaram na pós-graduação I

Fonte: Isabel Sales, Blog Contabilidade Financeira

O que não te ensinaram na Pós Graduação - I

“What they didn’t teach you in graduate school” é um livro sobre dicas de coisas que provavelmente você não aprendeu ao cursar o doutorado, como sugestões de como lidar com a pesquisa ou como interagir em sala de aula. Os autores deixam claro que é uma aplicação bem específica aos Estados Unidos. Como aqui no Brasil é comum lecionar sem especialização ou escrever artigos na graduação, as dicas podem ser absorvidas por um universo maior que o composto por doutores.

Parte I: O Doutorado

- Termine o seu doutorado o quanto antes. Não sinta que você precisa criar o melhor trabalho que o mundo moderno já viu. Daqui a cinco anos a única coisa que importará é ter se formado.

- Seja humilde. Você não precisa ostentar o seu título. (A não ser para fazer reservas em restaurantes. Quando você ligar e pedir uma mesa para quatro pessoas no nome do Doutor Jones, você ganhará mais respeito e provavelmente uma mesa melhor).

- Um doutorado é um certificado de habilidade para pesquisa com uma amostra. O doutorado certifica que você tem capacidade para fazer pesquisa com qualidade. Ao contrário dos médicos, que realizam um trabalho extensivo com pacientes concomitante a anos de internato e residência, o doutorado é baseado em uma simples amostra: a sua tese. As pessoas que a assinam estão fazendo uma grande aposta na sua capacidade de produzir com qualidade várias e várias vezes no futuro.

- Um doutorado é uma licença para reproduzir e uma obrigação de manter a qualidade intelectual de seus descendentes. Uma vez que você se torna um doutor, é possível que você (assumindo-se que você esteja trabalhando em um departamento acadêmico que ofereça doutorado) habilite novos doutores. Mesmo que o seu departamento não ofereça doutorado, você pode ser chamado para participar de um comitê avaliador na sua instituição ou em instituições vizinhas. Essa é uma responsabilidade séria por que você está criando descendentes intelectuais. Reconheça que se você votar em passar alguém que é marginal ou pior, àquele doutorando, em troca, é dado o mesmo privilégio. Se os candidatos não são dignos do reconhecimento, provavelmente alguns dos seus descendentes também não serão. Ao contrário das intergerações humanas de 20 anos, a intergeração acadêmica tem 5 anos ou menos. Mais ainda, um simples indivíduo pode supervisionar 50 ou mais doutores em uma carreira de 30 anos.

- Evite a Síndrome de Watson. Nomeada por R. J. Geller essa síndrome é um eufemismo para procrastinação. Isso envolve fazer tudo possível para evitar completar o seu trabalho. É diferente do bloqueio de escritor porque há a substituição por trabalho real que te distrai do que é necessário para completar a tese ou para avançar na sua carreira acadêmica.

[R. J. Gelles, “Watson’s Syndrome”, inside Higher Education, v. 19, jun. 2006. Disponível em: ]

Fonte: Isabel Sales, Blog Contabilidade Financeira

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Ferramentas de Pesquisa


Se você pensa que para pesquisar conteúdos na internet o Google é a única ferramenta disponível, então temos boas notícias. Há inúmeras ferramentas de busca especializadas em conteúdos como literatura, ciências e artes que você pode utilizar para procurar aquilo que precisa. A seguir, separamos 10 dicas com sugestões de sites de busca para livros, jornais e artigos que podem ajudar você a fazer suas pesquisas.


Confira 10 dicas de ferramentas de busca especiais para pesquisar livros e artigos:

WorldCat
WorldCat se identifica como o maior catálogo de bibliotecas do mundo. Se isso é verdade não podemos dizer, porém com um conteúdo de cerca de 10 mil bibliotecas com livros, DVDs, CDs e artigos é muito possível que você encontre o que precisa.
Google Books
No Google Books você irá encontrar milhares de livros e outros conteúdos gratuitos como artigos sobre os mais variados assuntos e autores.


Scirus
Scirus é uma ferramenta de busca científica com mais de 460 milhões de conteúdos indexados. Você irá encontrar artigos, patentes, sites educacionais, informações sobre cientistas e muito mais.


HighBeam Research
HighBeam Research pesquisa artigos e outras fontes de materiais publicados. A ferramenta pode ser usada gratuitamente por um período de até sete dias.
Vadlo
Vadlo é um motor de buscas que oferece ferramentas, protocolos, apresentações e outros materiais de pesquisas acadêmicas e descobertas científicas.


Open Library
No site Open Library você irá encontrar livros eletrônicos e outros materiais de fontes gratuitas, além de poder contribuir para que esse catálogo continue aumentando.


Online Journals Search Engine
A ferramenta Online Journals Search Engine é um motor de busca científica que permite que você encontre jornais, artigos, relatórios de pesquisas, livros e outras publicações científicas.


Bioline International
Se você procura por artigos na área científica pode usar o Bioline International, uma ferramenta de busca que disponibiliza diversos jornais científicos de países emergentes. Ele é administrado por cientistas e bibliotecários que fazem um trabalho colaborativo por meio de outras iniciativas sem fins lucrativos.

SpringerLink
SpringerLink disponibiliza artigos de diversas áreas de estudo, da arquitetura a medicina. Estão disponíveis também livros, protocolos e outras ferramentas.


Jurn
Na ferramenta de busca Jurn é possível obter resultados de mais de 4 mil jornais e artigos gratuitos nas áreas de artes e humanidades.